Um pouco mais sobre protetores solares
Fotoproteção engloba um conjunto de medidas que visam reduzir a exposição solar e, portanto, prevenir os efeitos deletérios agudos e crônicos da radiação solar. Entre elas estão o protetor solar (PSo), a fotoproteção mecânica (através do uso de vestimentas com ou sem fator de proteção solar), a fotoproteção oral em casos específicos e, claro, os comportamentos saudáveis, como por exemplo, evitar exposição solar entre 10 e 16 horas. A combinação entre eles garantirá o sucesso da proteção solar.
Com relação aos PSo, os princípios ativos tópicos utilizados para proteção da pele são diversos e suas eficácias podem ser mensuradas através de dois parâmetros o FPS e o PPD. O primeiro corresponde a proteção contra a radiação ultravioleta (UV) tipo B e o segundo, contra a UV tipo A.
Basicamente, os filtros solares são divididos em fotoprotetores físicos ou inorgânicos e químicos ou orgânicos. O fotoprotetores físicos, por exemplo, óxido de zinco, óxido de ferro e dióxido de titânio, correspondem às substâncias opacas que refletem a radiação, impedindo a ação desta sobre a pele. Caracteristicamente, são substâncias mais estáveis, com amplo espectro de ação e menos sensibilizantes, ou seja, com menor risco de alergia ou irritação. Por esses motivos, são bastante indicados para a população pediátrica e adultos com pele sensível. Enquanto que os fotoprotetores químicos, tais como, ácido paraminobezóico (PABA), benzofenonas e salicilatos, absorvem a radiação de acordo com o comprimento de onda, ou seja, raios UVA e/ou UVB. Classicamente, os PSo químicos são os mais aceitos cosmeticamente pela população em geral, porém também são os que apresentam maior risco de sensibilização (alergias) e os menos estáveis (menor durabilidade de fotoproteção).
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o uso de PSo com FPS igual ou maior que 30 associado à PPD maior que um terço do FPS é o indicado para a maioria da população. A eficácia do filtro solar está diretamente relacionada à quantidade de protetor aplicado sobre a pele e à sua distribuição homogênea. Para facilitar a orientação foi criada a “regra da colher de chá para o uso do protetor solar”, regra que basicamente ensina a quantidade a ser aplicada em cada parte do corpo, ou seja, 1 colher de chá no rosto, cabeça e pescoço; 1 colher de chá no braço e antebraço; 2 colheres de chá no tronco (frente e dorso) e 2 colheres de chá em cada coxa e perna.
A aplicação do PSo deve ser feita 15 minutos antes da exposição solar e reaplicada a cada quatro horas ou até mesmo antes quando há muita sudorese ou banhos de água. Os PSo “resistentes” à água mantêm sua eficácia até dois banhos de 20 minutos e os “muito resistentes” até quatro banhos de mesmo período.
Especificamente sobre as crianças, o uso de PSo nos primeiros 18 anos de idade é capaz de reduzir até 78% da incidência de câncer de pele pelo resto da vida! Mas, atenção, os PSo só podem ser utilizados a partir dos seis meses de idade, sendo que até os dois anos de idade, é preferível o uso de fotoprotetores físicos.
Por fim, independente da forma de apresentação comercial do PSo, isto é, loção, creme, bastão, aerossol ou em pó, o importante é criar o hábito de sempre usar o filtro solar, mas de maneira correta para se evitar, sobretudo, o câncer de pele, cada vez mais comum nos dias atuais.