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O que devemos saber sobre os repelentes contra insetos?

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Devido ao aumento do número de casos e gravidade de doenças transmitidas por picadas de insetos, medidas populacionais e individuais estão sendo tomadas para evitar as picadas de inseto e, consequentemente, as doenças potencialmente graves transmitidas pelos mesmos. Mas o que realmente devemos saber sobre a proteção individual diante de tantas informações disponíveis nos diversos meios de comunicação?

Existem várias medidas eficazes para reduzir o risco de picadas de inseto, entre elas está o uso de repelentes. Os repelentes são substâncias que, quando aplicados na pele, formam uma camada de vapor com odor desagradável aos insetos, os quais por esse motivo, evitam o contato com a pessoa. Entretanto, existem fatores que interferem na eficácia e segurança destes produtos, entre eles a idade. Não há estudos sobre a segurança dos repelentes antes dos 6 meses de idade. Portanto, não deve ser usado nessa população! Condições climáticas, como temperatura e umidade, também interferem na duração de ação e eficácia destes produtos.

Entre os produtos que temos no mercado brasileiro, três são os de maior eficácia: DEET (N,N- Dietil-meta-toluamida ou N,N-dietil-3-metil-benzamida), Icaridina e IR3535 (Etil-butil-acetil-aminopropionato). Dependendo da substância presente no repelente podem variar o tempo de proteção, a eficácia para determinados mosquitos e a segurança. A segurança dos repelentes está relacionada à substância e à concentração no produto. Vale ressaltar que a  regulamentação destas substâncias varia entre os países. No Brasil, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é o órgão responsável.

O DEET está entre os repelentes mais eficazes do mundo. No Brasil, seu uso é permitido para maiores de 2 anos de idade, de acordo com a concentração do produto. A Icaridina é o repelente de maior duração, com eficácia comparável ao anterior, porém contra o mosquito Aedes aegypti (mosquito da Dengue, Zika e Chikungunya) sua proteção é superior.  Atualmente, a ANVISA o libera para crianças a partir dos 6 meses de idade (sendo a concentração inferior a versão para os adultos) assim como também autoriza o uso para gestantes. Já o IR3535, apesar de ser eficaz contra vetores de doença importantes, sua duração é inferior aos demais.  Quanto aos repelentes naturais, a base de citronela, óleo de eucalipto-limão, óleo de capim santo ou andiroba, devido às formulações variáveis e alta volatilidade, possuem muito curta duração de ação e, portanto, não são indicados para a devida proteção.

Sendo assim, é fundamental saber o produto que está sendo utilizado, sobretudo na população pediátrica. Leia sempre os rótulos nas embalagens, verifique a quantidade a ser aplicada, o intervalo entre as aplicações, evite o contato com mucosas ou pele ferida, não deixe esse produto ao alcance das crianças e, no caso de exposição acidental ou reação alérgica, entre em contato com serviços de controle de intoxicação (por exemplo, CEATOX) ou, até mesmo, pronto-socorro.

Por fim, porém não menos importante, devemos lembrar que a cobertura mecânica por meio de roupas é uma grande aliada na proteção contra picada de insetos. As roupas coloridas atraem os insetos, portanto, prefira roupas brancas, não muito finas, nem coladas a pele e de tecidos com tramas mais fechadas. Além disso, já existem produtos para serem aplicados nas próprias roupas, ou mesmo em mosquiteiros, com efeito de repelente.

Para as regiões endêmicas, evitar exposição ao nascer e ao pôr do sol; manter as janelas fechadas e o ambiente refrigerado nesse período também são medidas que diminuem a exposição aos vetores. Para nossa proteção, devemos lançar mão de todos os conhecimentos disponíveis, afinal de contas, sempre é melhor prevenir do que remediar, não é mesmo!